Lembro-me da primeira vez que li algo sobre a Batalha de Okinawa. Era num livro de História do Ensino Médio que
eu estava usando para estudar sobre a Segunda
Guerra Mundial. Não havia muita coisa, acho que apenas um parágrafo, mas a palavra “Okinawa” foi o suficiente para ter me chamado a
atenção. Lembro-me também de quando minha mãe contou histórias em que o pai
dela (meu avô) descreveu com era uma bomba explodindo, de como as pessoas tentavam escapar e de outras que haviam sido atingidas por elas, das
pessoas que, enquanto estavam dentro de cavernas se escondendo do inimigo,
tiveram que matar seus próprios bebês, pois, eles choravam e isso ecoava nas
cavernas podendo ser ouvido por quem estivesse no lado de fora e, se
descobrissem onde estavam todos seriam mortos.
Assisti a um documentário
meses atrás e nele contava como eram essas cavernas e túneis e como aconteciam os
ataques. Havia também relatos de sobreviventes, mostrando a visão que os
okinawanos tinham sobre os americanos, a partir do que era dito pelos soldados
japoneses e a após isso, a visão okinawana em relação aos próprios soldados
japoneses, entre outras curiosidades. Vale a pena conferir. Há coisas que só conhecendo a história mais
profundamente para entender alguns porquês, alguns (muitos) resquícios daquele tempo que,
de alguma forma, ainda existem nos dias atuais.
Link do documentário - Cidades Ocultas: Okinawa
Link do documentário - Cidades Ocultas: Okinawa
Sendo mais objetiva, a Batalha de Okinawa foi o último e mais
sangrento embate aeronaval da Segunda Guerra Mundial. Estima-se mais de
240.000 mil mortos, sendo cerca de 150.000 okinawanos, 77.000 japoneses de
outras províncias, 14.000 americanos e mais alguns soldados de outras nações.
Teve início no dia 1º de abril de
1945 e seu término em 21 de junho do mesmo ano.
Foi um confronto entre as duas
grandes potências do período: Japão x EUA, na
qual, para o Japão, proteger Okinawa nesse período significava obter tempo necessário para
preparar as defesas de sua região mais metropolitana.
Okinawa, apesar dos seus 140 km
de comprimento e 18 km de largura, sempre foi um ponto estratégico por sua
localidade na qual permitia o comércio com diversos países do Oriente,
principalmente entre Japão e China, o que não foi muito diferente na Segunda Guerra
Mundial, no entanto, serviu como ponto estratégico de ambos os combatentes (Japão e EUA). De
um lado, para ganhar tempo para preparar as defesas do Japão e de outro por sua
localidade próxima ao Japão mais metropolitano serviu para que fossem
instaladas as bases militares americanas após terem invadido-a (tais bases ainda existem
nos dias de hoje).
Todo esse confronto deixou imensos
rastros de destruição, tristeza, dor, sofrimento daqueles que foram, dos
ficaram, dos que não voltaram, dos que voltaram e tiveram que conviver com suas difíceis lembranças, dos que tiveram que suportar a perda das pessoas mais
importantes da sua vida, dos que não tinham outra saída a não ser
combater, de todos, não só do povo okinawano, claro, mas de TODOS os envolvidos
na maior e mais devastadora das guerras, pois há quem diga que em guerras não
há vencedores, assim como há quem diga que as guerras geram desenvolvimento.
Os dois pontos são válidos, só creio que não vale todo o sofrimento e cicatrizes que perdurarão pelo resto da vida de cada um dos envolvidos nessa grande guerra.
Após a invasão americana, Okinawa passou a ser dos EUA e só foi devolvido ao Japão nos anos de 1972.
Os dois pontos são válidos, só creio que não vale todo o sofrimento e cicatrizes que perdurarão pelo resto da vida de cada um dos envolvidos nessa grande guerra.
Após a invasão americana, Okinawa passou a ser dos EUA e só foi devolvido ao Japão nos anos de 1972.
Lembrando que Okinawa é a maior
das Ilhas Ryukyu que já foi um reino independente até 1879. Devido a isso, muitos
dos traços marcantes da cultura se diferem do restante de Japão, pois, como já
disse acima, foi um grande intermediário comercial entre os países do Oriente, "acolhendo" assim diversos povos.
A cultura de Okinawa baseia-se na
busca constante pela paz diante dos acontecimentos que marcaram sua história
como também no grande respeito aos antepassados, na alegria, na união, na
hospitalidade, solidariedade, nos laços que unem as pessoas independente terem
sua origem ligada diretamente à Okinawa ou não.
No ano de 1983 foi construído o
Museu da Paz Himeyuri com o intuito de mostrar às novas gerações a realidade da
guerra para que o sentimento de paz continuasse a ser transmitido. Há também o
Museu da Paz da província de Okinawa construído com o objetivo de “Expressar
condolências para todas as pessoas que perderam a vida na Segunda Grande Guerra
Mundial, transmitir às gerações seguintes sobre a miséria da guerra e suas
lições e contribuir para a realização da paz eterna no mundo” (artigo 1 sobre a
instalação e manutenção do Museu da Paz da província de Okinawa e da Pedra
fundamental da Paz).
Enfim, há muitas coisas a se
falar da Batalha de Okinawa, muitos detalhes, muitas histórias, mas, o que eu tentei e consegui mostrar foi só um pouco.
Para finalizar a matéria, deixo aqui uma música que diz um pouco sobre a guerra. Muitos a conhecem. . e que por sinal, já postei em meu blog na matéria sobre a banda HY.
Obrigada por aqueles que acompanham meu site, por aqueles que caem de pára-quedas nele procurando alguma coisa (espero que encontre!), por aqueles que buscam conhecer um pouco mais das suas origens, por aqueles que gostam e se interessam. . arigatou! :)
Para finalizar a matéria, deixo aqui uma música que diz um pouco sobre a guerra. Muitos a conhecem. . e que por sinal, já postei em meu blog na matéria sobre a banda HY.
Obrigada por aqueles que acompanham meu site, por aqueles que caem de pára-quedas nele procurando alguma coisa (espero que encontre!), por aqueles que buscam conhecer um pouco mais das suas origens, por aqueles que gostam e se interessam. . arigatou! :)
Um grande abraço,
- Karina Kaori
- Fontes bibliográficas:
Muito linda a tradução desta musica.
ResponderExcluirMe dediquei muito em 2011 em aprender a coreografia desta musica.
Uma semana antes não tinha aprendido toda coreografia, no final da apresentação foi incrivel, dei o meu melhor... deu tudo certo.
Me apresentar no Okinawa Festival, nesta musica era uma honra, tocar com coração, uma forma de homenagem a estas pessoas que sofreram, morreram nesta triste guerra.
Sou o Luciano Nunes da Filial RKMD Liberdade, São Paulo.
lucianohiga@yahoo.com.br
Muito obrigada pelo comentário, Luciano!
ExcluirA letra assim como a coreografia são realmente lindas.
Não há como escutar ou tocá-la e não ser "tocado".
O Okinawa Festival é um evento que evidencia muito a cultura okinawana. Parabéns pelo esforço!
Abraços!
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